No quinto episódio da série especial de eleições, o Dadocracia recebe Ana Carolina Araújo, gerente de projetos de jornalismo e dados do Instituto AzMina. Ana é coordenadora do MonitorA, um observatório da violência de gênero na política criado em parceria entre a Revista AzMina, InternetLab e Núcleo Jornalismo. Na entrevista, a pesquisadora falou sobre o apagão de dados nas plataformas online, as agressões e ofensas mais comuns contra mulheres nas eleições de 2024, expectativas e realidades no uso de IA em campanhas de difamação, entre outros temas.

A série especial de eleições já abordou temas como o impacto das estratégias digitais, como as campanhas estão usando essas ferramentas e o papel das plataformas na disputa. E não teria como não discutir o tema da violência de gênero durante as eleições. Um problema que acontece no mundo todo e destaca-se no Brasil. A violência política de gênero nas eleições não é um problema recente. Durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, a violência virou rotina, com ataques nas redes e na vida real, onde tornou-se comum, por exemplo, carros com adesivos extremamente ofensivos.

Mas a violência contra as mulheres não é algo novo ou restrito a internet. No episódio, João Paulo Vicente faz uma linha do tempo sobre casos que ocorreram no Brasil, e contextos históricos, como o fato que só a partir de 2016 que um banheiro exclusivamente feminino foi construído no plenário do Senado. Antes disso as senadoras precisavam sair do plenário e ir até seus gabinetes para usar o banheiro. Na Câmara, que tem um número muito maior de parlamentares e, por consequência, uma participação maior feminina, os banheiros femininos foram feitos em 1987. 

No episódio, Ana traz dados importantes levantados pela plataforma  MonitorA, parceria entre o Instituto AzMina, InternetLab e Núcleo Jornalismo para monitorar a violência política e eleitoral contra candidatas(os) nas redes sociais, durante as eleições de 2022. Além disso, discute sobre o apagão de dados e as principais dificuldades de realizar esse tipo de levantamento.  

Ana explica que o principal objetivo da plataforma é observar como acontecia a violência política de gênero em plataformas de redes sociais. A ideia central seria confirmar se realmente a violência de gênero era concreta e intensa nas redes sociais também, “ inclusive porque em 2020 era relativamente nova esse lugar da rede social como a esfera pública da política”, analisa Ana, que acrescenta:. 

“Para nossa tristeza, mas também não para surpresa, a gente confirmou que de fato, as redes sociais eram um ambiente de intensa violência política de gênero, tanto contra mulheres cis quanto contra mulheres trans e também contra homens LGBTs, que não tivessem uma identidade masculina padrão também”. 

Ana complementa que depois desse entendimento, o projeto quis entender qual e quais eram as narrativas dominantes nos espaços de violência política de gênero, quais eram os discursos mais frequentes que a audiência usava para atacar mulheres.

Para ouvir a conversa completa, ouça o novo episódio do Dadocracia “Eleições: violência de gênero online”, já disponível para escuta nas principais plataformas de áudio. Ouça agora!

O roteiro deste episódio é de João Paulo Vicente. A produção é de Alicia Lobato e Pedro Henrique Santos. A edição de som é da Vega Films. E se você tiver alguma pergunta ou sugestão, pode enviar sua mensagem para o [email protected]

 

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