Mais de 150 mortos, quase 100 desaparecidos e mais de 600 mil pessoas fora de suas casas. Os números da tragédia climática no Rio Grande do Sul só estão aumentando, e grande parte do estado continua embaixo da água, 461 cidades foram afetadas pela chuva e é difícil entender como vai acontecer a reconstrução do estado daqui para frente.

No novo episódio do Dadocracia, podcast oficial da Data Privacy Brasil, convidamos Paulo Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e Raquel Franco, meteorologista chefe do Sistema Alerta Rio, para falar sobre capacidades de modelagem climática e previsão do tempo a longo e curto prazo e como essas informações podem ajudar a se preparar para eventos extremos como o que acontece no Rio Grande do Sul. 

Como os números mostram, o Rio Grande do Sul estava totalmente despreparado para um evento como esse. Diversas ações que poderiam mitigar os efeitos dessas chuvas, como manutenção das bombas de drenagem em Porto Alegre e monitoramento do nível dos rios em todo estado não foram feitas, além disso, o negacionismo climático resultou em um afrouxamento de regulações para proteção ambiental. 

Mas qual seria a alternativa? Que informações e ações poderiam ajudar a evitar que uma situação como essa se repita? Buscando responder essas questões, no novo episódio, João Paulo Vicente fala sobre como o monitoramento aliado a um planejamento informado e adequado podem ajudar a enfrentar eventos climáticos extremos. Para Paulo Nobre, pesquisador no INPE, é necessário uma comoção nacional e mundial para lidar com o tema, como analisa: 

“O que nós precisamos agora é uma união de esforços para capacidade da previsão, eu diria probabilística. A probabilidade de ocorrência de eventos extremos na região Sul, na região Sudeste, na região norte e no nordeste. Então nós temos essa capacidade? Temos. Nós estamos agindo nesse sentido? Não, não estamos. Nós continuamos desenvolvendo o modelo, continua valendo as previsões, mas ainda não existe um esforço nacional tal e qual como aconteceu com a COVID, onde aconteceu um esforço mundial para cobrir, não foi nacional.” 

Ainda no episódio, João conversa com Raquel Franco, meteorologista chefe do Sistema Alerta Rio com quem fala sobre a necessidade de levar a sério as previsões climáticas de curto prazo que ajudam a lidar com eventos extremos e podem evitar situações críticas.

“A cultura de prevenção também na população é muito importante de ser desenvolvida, das pessoas entenderem que existe um risco e elas têm que ter que saber lidar com aquele risco, dependendo da área que elas moram, dependendo da cidade que elas estão. Então é muito importante essa cultura de prevenção.” enfatiza Raquel. 

Para entender mais sobre o tema e ouvir a conversa completa, ouça o novo episódio do Dadocracia “Modelagem ambiental, previsão do tempo e transformações climáticas”, já disponível para escuta nas principais plataformas de áudio. Ouça agora!

O roteiro deste episódio é de João Paulo Vicente. A produção é de Alicia Lobato, Horrara Moreira e Pedro Henrique Santos. A edição de som é da Vega Films. E se quiser entrar em contato com a gente ou enviar um recado, pode enviar sua mensagem para o [email protected].

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