No novo episódio do Dadocracia, João Paulo Vicente conversa com Eduardo Mendonça, pesquisador da Data Privacy Brasil e Alisson Brito, professor do Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), para falar sobre Inteligência Artificial nas escolas brasileiras, analisando o contexto atual dessa nova fronteira tecnológica.

São diversas experiências positivas e negativas em relação ao uso da tecnologia nas escolas pelo país, mas como a IA pode ajudar na educação sem abraçar uma mentalidade tecnosolucionista? 

É nesse contexto que a Data Privacy Brasil lançou a cartilha “IA na sala de aula: Construindo modelos participativos para a comunidade escolar”, com recomendações de como os estudantes podem ser ouvidos e incluídos no processo de escolha de quais tecnologias desse tipo serão utilizadas em sua escola, fruto do projeto “IA na sala de aula: modelos de participação para a comunidade escolar”. Eduardo, que participa do projeto, conta que o principal objetivo durante a produção da cartilha era encontrar algumas formas de como incluir estudantes nos processos de escolha sobre o uso e aplicação de tecnologias baseadas em sistemas de inteligência oficial no ensino. 

“Se a gente parar para pensar um pouquinho sobre essa aplicação, quem vai estar na ponta do uso é o estudante. Ele pode se beneficiar tanto daquele sistema ou daquele serviço ou isso pode trazer risco para a própria, para ele, para seus direitos. Ao longo do ano, a gente realizou várias pesquisas documental, bibliográfica e de campo que envolveram 40 estudantes diretamente e 30 professores de informática.” comenta Eduardo.

Mais de 70 pessoas foram diretamente envolvidas nas ações necessárias para a pesquisa, incluindo gestores públicos e professores vinculados ao NTEM, além da participação de 40 estudantes, com idades entre 10 e 15 anos, de escolas urbanas e rurais de Santa Maria.  O Projeto também contou com a colaboração de especialistas e pesquisadores nas áreas de educação e tecnologias educacionais.

No episódio, Alisson Brito, professor do centro de informática da Universidade Federal da Paraíba, traz a perspectiva de como a Inteligência Artificial também pode ser usada de outras formas na educação, compartilhando a experiência da parceria com a empresa chamada “Estudo Play” que tem o objetivo de desenvolver um algoritmo de IA que corrige redações nos moldes do Enem para estudantes que estão estudando para a prova. 

A Estudo Play é uma iniciativa de uma empresa privada, uma plataforma que produz material didático para alunos do ensino médio com foco principalmente no ensino público. Allison explica que assim como qualquer aplicação de inteligência artificial, para esta ferramenta foi necessário entender o contexto e a finalidade dessa aplicação, como pontua:

“A correção de redação do Enem segue regras muito bem estabelecidas pelo Inep. Então, o que a gente fez? A gente desenvolveu essa ferramenta em um processo de várias etapas, cada etapa entra em um modelo diferente, com um objetivo diferente, que foi treinado de uma forma diferente. A gente treina o primeiro modelo para ler a redação para contextualizar ainda mais o que a gente sempre pensou”.  

No episódio, João Paulo Vicente também pontua os principais pontos de discussão em relação ao uso da Inteligência Artificial na educação, como e por quem elas são construídas, especialmente se pensarmos neste contexto educacional e quais são as preocupações em relação a segurança dos adolescentes que vão usar essas ferramentas.

Para saber mais sobre o tema e ouvir a conversa completa, ouça o novo episódio do Dadocracia “Dilemas da IA na educação”, já disponível para escuta nas principais plataformas de áudio. Ouça agora!

O roteiro deste episódio é de João Paulo Vicente. A produção é de Alicia Lobato, Horrara Moreira e Pedro Henrique Santos. A edição de som é da Vega Films. E se quiser entrar em contato com a gente ou enviar um recado, pode enviar sua mensagem para o [email protected].

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