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IA na sala de aula: Construindo modelos participativos para a comunidade escolar
O uso de tecnologias no ambiente escolar, voltadas tanto para gestão quanto para apoio em processos de aprendizagem, já é uma realidade. Tal conjuntura muitas vezes se impõe através de processos de tomada de decisões pouco transparentes e com baixa participação da comunidade. O cenário se complexifica ainda mais ao notarmos que não conhecemos na sua totalidade os impactos dessa utilização na sala de aula, especialmente com relação aos mais afetados nessa dinâmica: os estudantes.
Com base nos princípios da gestão democrática de ensino e na efetivação do direito de crianças e adolescentes serem ouvidos, foi criado o projeto “IA na sala de aula: modelos de participação para a comunidade escolar”. Um dos principais resultados é a nossa cartilha, a qual tem como público-alvo especialmente gestores públicos da área de educação, gestores escolares e professores do ensino básico. Destacamos, porém, que o objetivo finalístico é ainda maior. Buscamos incentivar o debate entre aqueles que se interessam pela intersecção entre tecnologia e educação, sempre com uma abordagem participativa.
Nesse sentido, a cartilha foi elaborada a partir de dois objetivos: envolver crianças e adolescentes desde as reflexões sobre quando e por que introduzir determinada tecnologia no ambiente escolar; e, caso positivo, permitir que participem ativamente na escolha do produto ou serviço, considerando as realidades específicas de cada ambiente escolar.
Para alcançar esses objetivos, percorremos um longo caminho. Iniciamos com uma revisão bibliográfica para explorar a intersecção entre os campos da educação e novas tecnologias, e sobre como extrair as percepções dos estudantes em um processo de escuta a partir de grupos focais. Em seguida, e continuamente, dialogamos com especialistas em educação e estabelecemos uma parceria estratégica com o Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal (NTEM), vinculado à Secretaria de Educação do município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Mais de 70 pessoas foram diretamente envolvidas nas ações necessárias para a pesquisa, incluindo gestores públicos e professores vinculados ao NTEM, além da participação de 40 estudantes, com idades entre 10 e 15 anos, de escolas urbanas e rurais de Santa Maria. Contamos também com a colaboração de especialistas e pesquisadores nas áreas de educação e tecnologias educacionais, que se tornaram parceiros do projeto.
Promovemos formações sobre o uso crítico de tecnologias e a proteção de dados pessoais, tanto para estudantes quanto para professores. Conduzimos grupos focais com os estudantes para entender seu interesse em serem ouvidos e como poderiam contribuir para os debates sobre o uso de tecnologias na educação. Por fim, também realizamos entrevistas com gestores públicos ligados à área de educação para compreender os processos de implementação de tecnologias educacionais do ponto de vista da gestão pública.
Assim, a cartilha nasce como resultado das vozes dos estudantes, professores e gestores associados ao Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal de Santa Maria, somadas à nossa pesquisa e à experiência da Data Privacy Brasil em estudos sobre infância e tecnologias.
Os caminhos delineados nesta cartilha devem ser vistos como parte de um conjunto de possibilidades, cuja eficácia pode ser maximizada quando adaptados às realidades específicas de cada ambiente educacional. Portanto, este material não deve ser encarado como uma solução universal, mas sim como um guia cujo propósito é oferecer modelos de participação para a comunidade escolar.
Dessa forma, buscamos contribuir para promover e incentivar discussões sobre processos de tomada de decisão mais participativos na escolha de tecnologias, baseados nos princípios de uma gestão escolar democrática, com especial atenção ao reconhecimento das vozes dos estudantes.
Quer saber mais sobre nossas propostas e modelos? Basta acessar nossa cartilha!
Boa leitura!
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